Airborne Corsair SS - A evolução
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Airborne Corsair SS - A evolução
Há muito tempo que acompanho o tópico das mono velocidades, apenas como leitor. Tenho lido as várias histórias que por aqui vão contando mas até agora ainda não tinha tido oportunidade de contar a minha. Acho que chegou a altura!
A evolução de uma ideia até à realidade das SingleSpeed!
Há muito tempo ambicionava construir uma bicicleta com o excedente de componente que andavam perdidos lá por casa.
O objectivo sempre foi construir algo a muito baixo custo e ao mesmo tempo garantir alguma robustez. Contudo, ainda existia uma grande lacuna no meu projecto, faltava o componente principal, o quadro!
Não estava para gastar uns quantos euros num quadro novo, por isso deixei a ideia a marinar até que aparece-se algo a um custo decente.
Finalmente, lá consegui encontrar um quadro. Não estava nas melhores condições, mas tendo em conta o custo (0€) foi muito bom! (obrigado Valentin)
(Grisley Mega Comp, idêntico ao BH Coronas)
O quadro tinha duas fissuras junto à testa, uma na ligação do tubo diagonal e outro no horizontal! Contudo não há nada que não se recupere, levei-o a uma oficina e conseguiram solda-lo sem causar nenhum empeno.
Faltava então dar-lhe um acabamento descente. Mãos à obra, raspar, lixar e pintar... Eis o resultado final!
(Até parece que foi pintado por um profissional!)
Agora que já tinha o quadro pronto foi altura de começar a juntar todas as peças.
- supensão VIBE com cerca de 2300g;
- rodas com aros Rígida e cubos STX da Shimano;
- pneus IRC 26x1.25 e câmaras Michelin;
- espigão on-off expert 27,2x400
- selim Fizik Gobi;
- aperto de espigão Tranz
- avanço e guiador Feeds;
- punhos de espuma sem marca;
- travão v-brake XT (só tinha um!) e manete Deore com manipulo mudanças integrado;
- pedaleiro CODA com prato FSA de 44T e movimento Shimano Octalink;
- pedais shimano PD-M520;
- cassete shimano ACERA de 8 veocidades 11-36;
- desviador traseiro shimano LX caixa longa.
A montagem do pedaleiro foi um pouco complicada. Não sei porquê, mas o estriado do pedaleiro não era compatível com o estriado dos eixos convencionais (octalink ou ISIS), provavelmente existem eixos específicos mas não encontrei, nem nas lojas nem na net. O mais parecido era o octalink mas não entrava nem com pressão. Cada estria do pedaleiro tinha cerca de 1 mm de espessura a mais.
Solução, limar o pedaleiro! Para evitar ter folgas ao limar em excesso, tive sempre muito cuidado, testando sempre que retirava um pouco de alumínio.
Com esta brincadeira gastei uma manha completa, a sorte é que na altura estava de férias!
No final todo aquele esforço deu resultado, a montagem acenteu que nem uma luva!
Segunda dificuldade, o cepo só aceitava cassetes de 7 velocidades! Toca a desmontar a cassete e retirar-lhe um espaçador e o carreto de 36T. Foi nessa altura que me passou pela cabeça montar apenas um carreto e obter uma SS! Seria bom, mas os espaçadores da cassete não eram suficientes para preencher o cepo! Oh... Fica para mais tarde. Pensei eu, também não tinha o tensor, nem sequer o drop-out!
Eis o primeiro resultado, single-speed com uma cassete de 7 velocidades!
(20/08/2010)
Ainda faltava ultrapassar uma terceira dificuldade, arranjar solução para o drop-out. Pois é, também não o tinha!
Após algumas tentativas falhadas para encontrar um drop-out novo (pelos vistos a marca faliu e não existem drop-outs compativeis) lá me decedi em construir um à medida, mas em aço!
(Prototipo em cartão)
(Resultado final, após pintura!)
Ainda faltava um travão para a frente.
Como desde sempre admirei os travões hidráulicos mas as rodas não me permitiam instalar disco. Após umas pesquisas encontrei um travão Magura HS 33 em segunda mão e a um preço decente. Tinha bom feedback destes travões, por isso não exitei e comprei!
Resultado final:
(29/08/2010)
(20/11/2010)
Após muitos quilómetros percorridos cheguei à conclusão que a suspensão não estava a fazer nada, mal se mexia.
Foi nessa altura que resolvi tirar algum peso, investi numa forqueta rígida, avanço e guiador tudo em carbono.
(01/12/2010)
E finalmente, após mais de 3000km percorridos, surge o dia. Conversão efectiva para single-speed.
Após cerca de meio ano a usar apenas mudanças atrás (1/7) apercebi-me que o que mais usava era a relação 44-11 em estrada e 44-23 nas subidas até 20% de inclinação.
Assim sendo, como encontrei um kit SS a um preço porreiro, optei por instalar a relação 44-16.
Com esta relação e com o desgaste da transmissão nem precisei de instalar o Kit SS, o comprimento e tensão ficaram perfeitos!
Após a primeira volta de teste 35 km junto ao mar. A primeira diferença óbvia foi a perda de velocidade de ponta, de resto estava perfeito. No regresso a casa notei mais dificuldade numa subida com cerca de 800m e com uma inclinação máxima de 21%, foi duro mas exequível!
Aqui já ao fim de 200 quilómetros de utilização.
(10/02/2011)
Após cerca de 300km percorridos com alguns testes de esforço bem duros, venho a descobrir que o quadro está fissurado! Desta vez na ligação do tubo do selim com o tubo horizontal! (já não tinha reparação...)
Foi nesta altura que me decidi e comprei o meu actual Airborne Corsair em titânio! A par desta alteração, aproveitei e fiz mais uns upgrades:
- travões v-brake XTR;
- manetes Avid Single Dial 7;
- cranque Shimano LX;
- prato FSA 34T (para me dedicar mais às subidas!);
- outras ligeiras modificações
A diferença no comportamento do quadro foi abismal, o conforto proporcionado por um quadro deste tipo é fantástico. Sem palavras...
O resultado final foi este:
Lista de componentes e pesos respectivos:
Dos muitos quilómetros já percorridos, posso dizer que conta com algumas experiências duras no BTT, sendo que a maior distância percorrida até agora foram 109km com cerca de 2000m de acumulado.
Mais e melhores experiências virão e eu cá as aguardo ansioso!
marcoarouca- Começou a desmontar o supérfluo da bicicleta
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Re: Airborne Corsair SS - A evolução
Tal como referi no forumbtt o trabalho que fizeste no grisley é magnifico, o trabalho a disfarçar as soldaduras, fazer o drop-out todo de raiz sem um modelo para comparar, sem duvida muito trabalho. Mas penso que assim dá mais gozo, pelo menos comigo funciona assim.
e no que diz respeito ás soldaduras em aluminio ás vezes é complicado porque quando os quadros começam a fissurar, soldamos num lado mas ele estruturalmente já está ressentido noutros lados e quando tudo parece estar bem eles partem irremediavelmente, isso passou-se com um colega meu este fim de semana e com um triangulo trazeiro de uma "scott genius" que entregou a alma ao criador.
Mas ainda bem que ele partiu, porque este quadro é o "Top" no que diz respeito a material para bicicletas, no meu entender claro, pela resistência, leveza, flexibilidade...enfim tantas outras coisas que podemos enumerar.
Espero vê-lo ao vivo no próximo encontro singlespeed que deverá acontecer perto do Porto
Parabéns grande trabalho.
e no que diz respeito ás soldaduras em aluminio ás vezes é complicado porque quando os quadros começam a fissurar, soldamos num lado mas ele estruturalmente já está ressentido noutros lados e quando tudo parece estar bem eles partem irremediavelmente, isso passou-se com um colega meu este fim de semana e com um triangulo trazeiro de uma "scott genius" que entregou a alma ao criador.
Mas ainda bem que ele partiu, porque este quadro é o "Top" no que diz respeito a material para bicicletas, no meu entender claro, pela resistência, leveza, flexibilidade...enfim tantas outras coisas que podemos enumerar.
Espero vê-lo ao vivo no próximo encontro singlespeed que deverá acontecer perto do Porto
Parabéns grande trabalho.
Re: Airborne Corsair SS - A evolução
Boas Max, mais uma vez obrigado.
Efectivamente fazer-mos as coisas nos próprios dá sempre muito gozo!
Alem disso, acho que acabamos por dar mais valor aquilo que nos próprios construímos.
Quanto ao passeio, cá o espero! Inflelizmente não pude participar no encontro do passado dia 6. Mas no proximo farei os possíveis para participar.
Abraço
Efectivamente fazer-mos as coisas nos próprios dá sempre muito gozo!
Alem disso, acho que acabamos por dar mais valor aquilo que nos próprios construímos.
Quanto ao passeio, cá o espero! Inflelizmente não pude participar no encontro do passado dia 6. Mas no proximo farei os possíveis para participar.
Abraço
marcoarouca- Começou a desmontar o supérfluo da bicicleta
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Re: Airborne Corsair SS - A evolução
Parabéns marcoarouca, quer o primeiro como o segundo, projectos excelentes.
É claro que quanto à excelência do titânio... precious, very precious!
É claro que quanto à excelência do titânio... precious, very precious!
rogervaqueiro- Colaborador
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Re: Airborne Corsair SS - A evolução
Obrigado rogervaqueiro. Sem dúvida o titânio é uma excelente escolha.
marcoarouca- Começou a desmontar o supérfluo da bicicleta
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